UMORE AND ACHITEKTUR

ARCO DO TRIUNFO VIÁRIO
Esta é uma proposta que com certeza Napoleão e todos os parisienses vão adorar. Cansados do congestionamento diário e de inúmeros acidentes no cruzamento de nada menos que doze grandes avenidas, pensamos em uma solução simples e barata.
Como todos sabemos, nosso know-how, ou no caso savoir-faire, na execução de grandes viadutos é imenso. É verdade que este é um caso um pouco mais complexo, pois a única solução inteligente para se acabar com o engarrafamento é essa série enorme de viadutos cortar o famoso “Arco do Triunfo”.
É uma lição de engenharia e um grande deleite ver todas aquelas pistas se cruzando sem bater umas nas outras. E pode sair bem barato, inclusive. Através de um pedágio eletrônico, alguns francos seriam cobrados diretamente na conta de telefone do proprietário do veículo. Seria uma excelente fonte de arrecadação. O sucesso seria tão grande que, se Jacques Tati estivesse vivo, refaria o final de Playtime. Além disso, não tem jeito. Quando as coisas nascem para dar certo é incrível: nem com desapropriações precisamos nos preocupar. Parece que o soldado que está enterrado lá é totalmente desconhecido. Vai ver que nem família tem…

PUBLICIGSTAAD
Que graça tem esquiar? O que faz com que um bando de gente ache alguma graça em escorregar por uma montanha branca, gelada, inóspita, com uma paisagem monótona sem nenhum atrativo? Não sei como não dá sono. Vamos botar um pouco de calor humano nisso, minha gente!
Gstaad tem que ser um pouco baiano também! Este projeto tem o intuito de exportar para uma estação de esqui nosso bem-sucedido plano PVT (Poluição Visual Total).
“Venha gostar de estar em Gstaad!” Slogans como este, que nossos colegas publicitários sabem criar tão bem, caberiam em qualquer um dos 3.500 outdoors previstos numa primeira fase da implantação de um projeto de recuperação da paisagem suíça. A ideia não é somente colocar outdoors ao redor das montanhas, mas principalmente pequenos cartazes dos dois lados da pista de esqui anunciando “Raclettes, Fondues, Chocolates, Relógios, Bancos, Bancos e Bancos”. Aí sim, enquanto a pessoa desce a montanha (que geralmente é por inércia), ela vai se distraindo e até se informando culturalmente, por que não?
Quando ela chega lá embaixo já é outra pessoa, mais culta, mais moderna, com mais conteúdo em nível de emoção interior, sei lá…

Isay Weinfeld Isay Weinfeld